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eletronico

A história da música eletrônica tem seu marco inicial em 1948, com a difusão do Concert de Bruits pela Radiodiffusion-Télévision Française, influência do francês Pierre Schaeffer que criou o musique concrète, onde a composição era feita a partir de ruídos gerados por toca-discos, além de incluir a manipulação sonora por meio da variação da velocidade ou do sentido de leitura das gravações. Na mesma época o alemão Werner Meyer-Eppler realizava experiências com síntese sonora, ao mesmo tempo em que especulava sobre sua possível aplicação em música. Em 1951, Meyer-Eppler e o compositor Herbert Eimert juntaram-se a Robert Beyer, e criaram o primeiro estúdio de elektronische musik (música eletrônica). Embora usassem técnicas de gravação e montagem semelhantes às realizadas nos estúdios da RTF em Paris, essas técnicas eram aplicadas apenas a sons de origem eletrônica, gerados por osciladores elétricos. A música eletrônica começou a se popularizar com o surgimento dos sintetizadores digitais, posteriormente com os samplers, porém o “boom” ocorreu com os computadores pessoais que possuem recursos de áudio e a facilidade para se montar um home – studio, sendo possível emular as funcionalidades de instrumentos musicais ou de sintetizadores através da criação, manipulação e apresentação virtual de som. A popularização destes instrumentos fez surgir, no mundo, diversos artistas que passaram a se dedicar exclusivamente a música eletrônica, aparecendo diversos estilos, tais como a música industrial, a música eletrônica dançante, que se ramificou em House, Trance, Acid House, Techno, Hardcore Techno, Breakbeat, Drum n Bass, Ambient, Tribal, entre vários outros. Pode-se resumir a música eletrônica como “a música produzida a partir de não-instrumentos, ou de instrumentos adaptados para produzir som modificado pela eletricidade”. Entretanto, no Brasil surgiu, um novo estilo de música eletrônica denominada Electronic Live Music, que é a inserção e modificação do som pela eletricidade no exato momento em que a música está sendo propagada, ou seja, a música vai sendo modificada ao mesmo tempo em que está sendo executada ao vivo. Um elemento importante para o desenvolvimento da música eletrônica dançante foi o desenvolvimento das raves. Tais festas de música eletrônica começaram como uma reação às tendências da música popular, a cultura de casas noturnas e o rádio comercial. Seu objetivo primordial era a interação entre pessoas e elevação da consciência (uma fuga da realidade) através de diversas formas de arte. A música eletrônica teve papel fundamental em tais festas na medida em que proporciona através das batidas repetitivas e progressivas um efeito hipnótico nos participantes, potencializado às vezes pela utilização de entorpecentes. A partir do desenvolvimento do estilo eletrônico na década de 1980 foram promovidos eventos em regiões rurais destinados a reunião de pessoas, dança e utilização de ecstasy. De forma análoga, o da década de 1960 pregava a reunião das pessoas e a utilização de drogas (especialmente o LSD) como forma de elevação de consciência. Mesmo com a reação negativa da mídia em relação a tal cultura o estilo foi se desenvolvendo, resultando em um estilo de vida para os participantes.

A música eletrônica  é gerada através do uso de recursos digitais e tecnológicos, como sintetizadores – equipamentos que têm como fim elaborar sons artificialmente -, gravadores digitalizados, computadores ou programas de composição. Além disso, ela também é produzida por meio do sampling e da renovada ordenação de sons.

As músicas compostas eletronicamente são fractais – objetos dotados de formas fragmentadas. Todo resultado musical é reutilizado como ingrediente das futuras obras, portanto a gravação de uma música transforma-se de meta artística em fragmento fugaz que será modificado, mesclado, desfigurado; ela é agora um elemento a mais em um infindável mecanismo coletivo.

Esta modalidade musical não é fruto de um único artista, mas sim de um grupo que se inclina sobre um acervo já produzido, e neste trabalho conjunto cada um produz sua fração. Não há uma divisão de tarefas, pois todos atuam simultaneamente como geradores do material que alimentará a composição integral, conversores de formas, criadores, intérpretes e receptores do produto final, em um processo que se auto-estrutura.

Não é necessário que o compositor tenha algum dom ou alguma vivência no campo musical, pois hoje os programas de computador são criados justamente para tornar mais acessível o processo criativo.